Ismael Alves – Na política, cada movimento precisa ser muito bem pensado e repensado. Caso contrário, as chances de tropeço são grandes. E na política, quando se tropeça, não basta apenas se erguer. Geralmente, um tombo sempre atinge outras pessoas que estejam ao redor, derrubando-as também. Se levantar só já não é tarefa fácil — imagine tentar erguer também os outros, aborrecidos com os machucados da queda.
Foi exatamente isso que aconteceu com o deputado estadual Jarbas Filho (MDB), o Jarbinhas, ao disputar, neste sábado (24), sem sucesso, o comando do MDB de Pernambuco. Ele foi amarrado na barra da calça de Raul Henry, aliado do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A eleição aconteceu na Câmara Municipal do Recife e contou com a participação de 114 delegados aptos. Raul Henry venceu com 65 votos, contra 49 de Jarbinhas.
A queda de Jarbinhas arrastou, além de quem votou nele, o próprio pai, o ex-governador e ex-senador Jarbas Vasconcelos, que chegou a aparecer em vídeo, na véspera, pedindo votos para o filho. Um desgaste desnecessário do grande leão velho, que já não precisava encarar uma derrota partidária a essa altura do campeonato. Já não precisava provar nada a ninguém.
Caiu Jarbinhas, que coleciona mais derrotas do que vitórias em sua trajetória. Caiu Jarbas Vasconcelos, e, de quebra, caiu Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco, que apostava na vitória do aliado, e caiu o Senador Fernando Dueire.
Na política, é assim. Um tropeço nunca é só de quem tropeça.