Ismael Alves – Pernambuco viveu o final de semana mais violento de 2025, marcado por quase 40 homicídios registrados em diferentes regiões do estado. A maioria dos casos, segundo informações oficiais, tem relação direta com facções criminosas, que seguem expandindo sua atuação e ampliando o domínio sobre territórios no estado.
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL) alertou para o cenário de colapso da segurança pública. “O que vimos neste fim de semana não é um episódio isolado, mas o retrato do colapso da segurança pública em Pernambuco. A Polícia Civil continua sendo o elo central para investigar, desarticular facções e prender líderes criminosos. Mas sem condições de trabalho, sem valorização e sem uma Lei Orgânica que modernize a instituição, ficamos enxugando gelo diante do avanço do crime organizado”, afirmou Áureo Cisneiros, presidente do sindicato.
De acordo com dados nacionais, Pernambuco é hoje o segundo estado do Brasil com maior número de facções criminosas, atrás apenas da Bahia. Para o SINPOL, a situação exige investimentos urgentes em inteligência investigativa, modernização estrutural e valorização da categoria.
O sindicato cobra da governadora Raquel Lyra o envio para a Assembleia Legislativa do projeto de lei que institui a Lei Orgânica da Polícia Civil, considerada essencial para oferecer meios modernos de investigação, carreira estruturada e condições eficazes de enfrentamento ao crime organizado.
Enquanto a violência se espalha pelos bairros da Região Metropolitana e pelas cidades do interior, policiais civis trabalham no limite, em delegacias improvisadas, sem efetivo adequado e sem os investimentos necessários. Para o SINPOL, não é possível frear o avanço das facções criminosas sem uma Polícia Civil fortalecida, moderna e equipada.