
Ismael Alves – As eleições para a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gravatá (STR) estão prestes a acontecer e o cenário eleitoral ganhou novos contornos com o rompimento da atual vice-presidente, Verônica de Joselma. O afastamento, embora esperado nos bastidores, se consolidou na semana passada e representa um divisor de águas no movimento sindical do município.
Verônica foi peça fundamental na vitória da chapa encabeçada por Zé Mário nas eleições de 2021. No entanto, desde o início do mandato atual, ela tem demonstrado insatisfação com os rumos tomados pela gestão. O principal ponto de ruptura: o distanciamento da atual diretoria em relação aos compromissos firmados com os agricultores na última campanha e a insatisfação gritante dos associados.
A poucos meses de completar 16 anos à frente do STR, Zé Mário, que pretende conquistar mais um mandato de quatro anos, encara agora seu maior desafio político. O nome de Verônica pesa: ela carrega a confiança do agricultor, tem forte presença no meio rural, postura firme e um histórico de lealdade à causa, inspirado na trajetória de sua mãe, a saudosa Joselma do Sindicato, uma figura reverenciada pelos trabalhadores do campo em Gravatá.
A disputa ganha ainda mais tensão ao se considerar o cenário de 2021, quando Zé Mário venceu com 1.127 votos contra 833 do então candidato Orlando Barbosa (in memoriam), uma diferença de apenas 294 votos. Hoje, além de não contar com sua ex-principal aliada, o atual presidente enfrenta sérias denúncias ecoadas no programa Jota Silva, da Rádio Gravatá FM — um verdadeiro termômetro popular com uma das maiores audiências do rádio pernambucano, inclusive entre os agricultores.
Verônica, por sua vez, aparece como o sopro de renovação que muitos esperam. Com discurso firme, compromisso com as bases e uma biografia moldada pela luta ruralista, ela se torna uma ameaça real para colocar fim a uma longa dinastia e iniciar um novo ciclo no STR.