Ismael Alves – Na semana em que publiquei o artigo “2026: o caminho incerto de Raquel Lyra”, questionando qual será o posicionamento da governadora de Pernambuco na disputa presidencial de 2026, já que, apesar de acenos de aproximação com Lula, filiou-se ao PSD, partido cujo presidente nacional, Gilberto Kassab, afirma que só não terá candidatura própria ao Planalto caso o bolsonarista Tarcísio de Freitas concorra, um novo gesto da governadora começa a indicar um possível desfecho para o enigma: Raquel pode seguir no caminho oposto ao de Lula.
O movimento político começou a ser interpretado quando, nesta quinta-feira (14), a governadora não acompanhou o presidente Lula em sua agenda em Pernambuco, alegando compromisso prévio no Sertão, onde participou da plenária “Ouvir para Mudar”.
Em contrapartida, João Campos (PSB), provável adversário de Raquel na disputa pelo comando do Estado, esteve ao lado do presidente. O prefeito do Recife relembrou as diversas visitas de Lula a Pernambuco em mandatos anteriores, sempre recebido pelo seu pai, Eduardo Campos, que era governador, e afirmou que estará sempre ao lado do petista como “um soldado”, em recado indireto à gestora pernambucana.
A ausência de Raquel, embora tenha feito em sua fala referências a Lula, também esfriou a possibilidade de um palanque duplo para Lula em Pernambuco, cenário que já enfrentava resistência de líderes petistas no Estado. Analistas políticos consideram a possibilidade de distanciamento de Raquel por até o momento não ter recebido declaração de apoio de Lula.