JC – As empresas estatais brasileiras consolidaram um déficit de R$ 2,69 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, marcando o maior saldo negativo para o período desde o início da série histórica em 2002.
Os dados, que acendem um alerta sobre a saúde financeira dessas companhias, revelam um cenário desafiador para a gestão pública.
A maior parcela desse rombo foi puxada pelas estatais federais, que acumularam um prejuízo recorde de R$ 2,73 bilhões no quadrimestre.
Estatais estaduais vão na outra direção
Em contraste, as estatais estaduais conseguiram um superávit de R$ 573 milhões, enquanto as municipais registraram um déficit de R$ 532 milhões.
Apenas em abril, o saldo negativo consolidado das estatais atingiu R$ 1,42 bilhão, também o pior resultado para o mês na série histórica.
Ministra contesta metodologia do Banco Central
Apesar dos números apresentados, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, tem contestado a metodologia de contabilidade utilizada pelo Banco Central (BC).
Segundo a ministra, os dados do BC são de natureza fiscal e desconsideram informações contábeis mais amplas das próprias empresas.
Dweck argumenta que, em alguns casos, companhias que o Banco Central aponta como deficitárias na sua métrica fiscal podem, na verdade, estar apresentando lucro líquido em suas demonstrações contábeis.
A divergência metodológica sublinha o debate sobre a real situação financeira das empresas públicas e os diferentes prismas pelos quais seus resultados podem ser interpretados.
No entanto, o montante do déficit e a quebra de recordes históricos impulsionam a necessidade de uma análise aprofundada sobre as operações e a gestão dessas entidades.