A disputa pela Prefeitura de Altinho, no Agreste pernambucano, tomou um novo rumo com o recente protocolo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por abuso de poder político e econômico. A ação, movida pela coligação “Juntos para Melhorar Altinho”, alega que o candidato Marivaldo Pena, junto com seu candidato a vice Adnailson Barbosa e o atual prefeito Orlando José da Silva, utilizaram recursos públicos para impulsionar a candidatura, configurando um grave desequilíbrio no processo eleitoral. O caso, que tramita na 48ª Zona Eleitoral, pode trazer sérias consequências para a chapa de Marivaldo, ameaçando sua candidatura.
Segundo a denúncia, o atual prefeito Orlando José, que apoia publicamente Marivaldo Pena, teria utilizado a estrutura administrativa da prefeitura para favorecer a candidatura de seu aliado. Entre as irregularidades apontadas, destaca-se a cessão de um imóvel público, anteriormente sede da Secretaria da Mulher, para funcionar como comitê eleitoral da coligação de Marivaldo. Além disso, eventos culturais, como o “Festival Cultural na Praça”, estariam sendo organizados com recursos municipais e programados para ocorrer próximo ao comitê de campanha, configurando um abuso da máquina pública para atrair eleitores.
A ação também traz à tona supostas obras realizadas em áreas rurais com o uso de maquinário público durante o período de campanha. Essas ações teriam beneficiado eleitores específicos, o que, segundo os autores da ação, configuraria uma forma de troca de favores, típica do abuso de poder político e econômico.
Caso as irregularidades sejam comprovadas, ele poderá sofrer sanções severas, como a cassação de sua candidatura e, se eleito, a perda do mandato. Além disso, tanto Marivaldo quanto os demais envolvidos podem ser declarados inelegíveis por um período de até oito anos, comprometendo não apenas o presente pleito, mas também futuras tentativas de se eleger.
O Ministério Público Eleitoral já foi acionado e está apurando as denúncias. Além das irregularidades ligadas à cessão de bens públicos e à organização de eventos, também foi mencionada a contratação de funcionários temporários para cargos municipais durante a campanha, o que pode configurar captação ilícita de sufrágio, ou seja, a famosa “compra de votos”.
Com as eleições se aproximando, a expectativa é de que a Justiça Eleitoral atue rapidamente para decidir sobre o caso.