Ismael Alves – O ministro do STF, Alexandre de Moraes, elaborou uma série de atos “executórios” relacionados ao inquérito que julga uma suposta tentativa de golpe, dos quais as defesas dos réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negaram a existência de crimes. O curioso, no entanto, é a coincidência (ou ironia?) dos atos listados, que resultam no número “13”, remetendo à lembrança do PT, principal adversário de Bolsonaro e dos réus, em sua maior parte aliados ou filiados ao PL.
Não é a primeira vez que uma ação do ministro culmina no número 13. Quando da prisão de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, no mês de junho deste ano, por suposta tentativa de emissão de passaporte português para favorecer Mauro Cid, o que foi negado, a ação prisão ocorreu no dia 13. Na noite do mesmo dia, Gilson Machado teve a prisão revogada por determinação do próprio Alexandre de Moraes, que substituiu a medida por cautelares.
Confira a lista dos 13 atos elencados pelo ministro do STF:
1. Utilização de órgãos públicos pela organização criminosa para monitorar adversários e deslegitimar o Judiciário, a Justiça Eleitoral, o resultado das eleições de 2022 e a democracia.
2. Ato público com graves ameaças à Justiça Eleitoral: live de 29/07/2021, entrevista de 03/08/2021 e live de 04/08/2021.
3. Tentativa, com grave ameaça, de restringir o exercício do Judiciário em 07/09/2021.
4. Reunião ministerial em 05/07/2022.
5. Reunião com embaixadores em 18/07/2022.
6. Uso indevido da estrutura da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições.
7. Uso indevido das Forças Armadas, conforme relatório de fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação do Ministério da Defesa.
8. Ações pós-segundo turno de 2022: live em 04/11/2022, monitoramento de autoridades em 21/11/2022, representação eleitoral para “verificação extraordinária”, reunião dos “FE (‘Kids Pretos’)” em 28/11/2022 e elaboração da “Carta ao Comandante”.
9. Planejamento da operação denominada “Punhal Verde Amarelo” e “Operação Copa 2022”.
10. Atos sucessivos ao planejamento: monitoramento do presidente eleito, “Operação Luneta”, “Operação 142” e “Discurso Pós-Golpe”.
11. Minuta do golpe de Estado apresentada aos comandantes das Forças Armadas.
12. Tentativa de golpe de Estado em 08/01/2023.
13. Existência de um gabinete de crise após essa tentativa de golpe.