Ismael Alves – Enquanto ainda se discute a possibilidade de Lula concorrer ou não à reeleição em 2026, o PT já tem outro nome considerado viável pelo próprio presidente para uma eventual substituição: Fernando Haddad.
Apesar de acumular mais derrotas do que vitórias nas urnas, Haddad é hoje visto como o único nome do petismo com potencial para enfrentar uma disputa presidencial caso Lula, que terá 78 anos, opte por não concorrer. O próprio presidente, no entanto, já afirmou que poderá disputar um novo mandato se mantiver a boa condição de saúde.
Ao longo de sua trajetória, Haddad disputou quatro eleições e venceu apenas uma: em 2012, foi eleito prefeito de São Paulo no segundo turno contra José Serra. Em 2016, tentou a reeleição, mas foi derrotado por João Doria. Em 2018, concorreu à Presidência da República, sendo derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno. Já em 2022, disputou o governo de São Paulo e perdeu para Tarcísio de Freitas.
Mesmo com o histórico eleitoral acanhado, Haddad sempre manteve prestígio dentro dos governos petistas. Foi ministro da Educação nos governos Lula e Dilma Rousseff, entre 2005 e 2012. Em 2023, com o retorno do ex-presidente ao Palácio do Planalto, voltou ao primeiro escalão como ministro da Fazenda.
Apesar dos esforços na condução da pasta, sua gestão enfrenta críticas. Sob a política tributária do governo petista, Haddad, que nas eleições de 2022 ganhou no Nordeste o apelido irônico de “Andrade”, ganhou dos opositores um novo apelido: “Taxad”. E, por ironia do destino, agora enfrenta o desafio de reagir à taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo governo Trump.
A economia, por sua vez, mesmo com o empenho de Geraldo Alckmin, citado por Lula num momento de descontração como o melhor “conversador”, continua enfrentando dificuldades. Em mais um insucesso nas tentativas de diálogo com os Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve sua reunião agendada com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, cancelada oficialmente pelo lado americano.