Ismael Alves – A escalada da tensão entre Brasil e Estados Unidos, com o anúncio de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, alardeia os prejuízos de um confronto diplomático que o Brasil não tem como vencer. A economia já sente o baque antes mesmo da medida entrar em vigor, e o trabalhador, como sempre, será o primeiro a pagar a conta.
Mas em paralelo com a crise comercial, há uma movimentação política: a aproximação entre Trump e Bolsonaro. Enquanto Lula adota uma postura desafiadora, atacando os EUA no BRICS, sugerindo romper com o dólar e se alinhando a rivais de Washington, Bolsonaro vê na guerra com os americanos uma chance de sobrevivência política e liberdade.
Diante do cerco do STF e da iminência de prisão, Trump surge como a última cartada do ex-presidente. A retórica de apoio direto, as críticas ao STF e a afirmativa de que Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” deixam claro que Trump decidiu intervir. Mais do que tarifas, o ex-presidente americano está usando seu peso internacional para tentar livrar o aliado brasileiro do que classificou como “injustiça” e “coisa terrível”.
Enquanto Lula bravateia com a geopolítica e Bolsonaro se vê assombrado pelo fastama da prisão, o Brasil se torna um campo de batalha. E quem apanha, no fim, é a população. Prepare o lombo que o grosso vem aí.