Ismael Alves – Enquanto o presidente Lula (PT) intensifica o discurso de taxação da alta renda, ou “super ricos”, como costuma dizer, a tão falada “justiça tributária” fica apenas no discurso. Bem longe da realidade.
A narrativa adotada pelo mandatário petista é, na verdade, uma estratégia que contrapõe pessoas de baixa renda contra pessoas de classes sociais com maior poder aquisitivo, gerando uma espécie de preconceito que “criminaliza” quem acumula riquezas.
Se a ideia é ser lógica e justa, quem acumulou riqueza pagando devidamente seus impostos será taxado em duplicidade se tiver que pagar novos impostos pelo fato de ter acumulado riqueza. Logo, já deixa de ser “justiça” tributária, mesmo quando o discurso estiver agregado ao suposto favorecimento de outras classes sociais.
Por outro lado, a tal da “justiça tributária” pregada pelo governo Lula, além de ser parte de uma busca explícita e incessante por novos impostos para cobrir o rombo bilionário da dívida pública que cresce em ritmo acelerado sob o governo petista, há também um viés de hipocrisia que veste o uniforme do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Enquanto defende a taxação da alta renda, Lula deixou de pagar R$ 18 milhões em impostos cobrados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) referentes ao Instituto Lula e à LILS, empresa de palestras. Ele acionou a justiça alegando que as provas obtidas foram ilegais. Os argumentos foram aceitos pelo ministro Gilmar Mendes, que suspendeu a cobrança em liminar no STF em 27 de setembro de 2022.