Ismael Alves – Hoje faz três meses que me despedi de um grande amigo: Seu Genival, meu sogro. Um homem simples, trabalhador, pai de sete filhos e avô coruja, que sempre teve muito orgulho da família.
Trabalhou duro a vida inteira para criar os filhos, entre eles minha esposa, Franciele, que hoje é professora e psicopedagoga. Ele tinha um carinho enorme pela mãe, dona Josefa, que aos 92 anos continua lúcida e ativa. A dor da perda foi grande para ela, que sempre contou suas histórias de como o filho mais velho ajudou em casa desde novo.
Conversar com Seu Genival era sempre bom. Gostava de falar sobre política, fosse numa visita ou por telefone. Era o tipo de conversa que rendia. Quando a gente ia na casa dele, ele fazia questão de passar um café forte, sempre acompanhado de bolo de rolo. Sempre tinha um agrado para minha filha Isaele, sua neta – um bombom, um biscoito, às vezes até um dinheirinho. Ele era assim com todos os netos: fazia questão de cuidar.
Certa vez, depois de uma pescaria no sítio, ele nos deu grande uma tilápia. Fiz até um registro daquele momento. Gostava sempre de dar o seu melhor e o registro retratou exatamente isso. A partida dele foi de repente, mas tudo o que ele representou segue firme em nossas memórias. Mais que um sogro, um amigo de verdade.